Greve irresponsável segundo jornal O Estado de São Paulo

oestadão

13 de março de 2014 | 2h 07

O Estado de S.Paulo

Ao impedir a entrada de comboios com presos no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo, e na penitenciária de Martinópolis, a 539 km da capital, para pressionar o governo estadual a reajustar seus salários, os agentes do sistema penitenciário paulista exorbitaram. Mais do que uma forma de protesto, entre tantas outras a que o funcionalismo estadual costuma recorrer, o ato dos agentes carcerários configurou uma afronta ao princípio da autoridade e pôs em risco a segurança pública. A situação só não se tornou crítica porque a Polícia Militar foi chamada.

A penitenciária de Martinópolis é usada como ponto de encontro de viaturas que levam presos da região oeste do Estado para audiências na capital. O Centro de Detenção Provisória de Pinheiros fica numa área importante da cidade, ao lado da intersecção da Marginal do Pinheiros com a Marginal do Tietê e com a Rodovia Castelo Branco e próximo da Cidade Universitária.

Além de reajuste salarial de 20,6%, para repor perdas inflacionárias, e de aumento real de 5%, os agentes penitenciários – uma categoria com 30 mil integrantes – reivindicam redução de 8 para 6 classes, na hierarquia funcional, e aposentadoria especial com 25 anos de trabalho. E, alegando que há um déficit de funcionários no sistema prisional, pleiteiam a contratação de 10 mil agentes.

O governo ofereceu a redução de 8 para 7 classes, pagamento de diárias especiais e reajuste do adicional de periculosidade. Só os agentes penitenciários que atuam nos presídios de Assis, Marília, Baixada Santista e Taubaté aceitaram a oferta. Os demais a recusaram e, na segunda-feira, deflagraram uma greve por tempo indeterminado. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, ela atingiu 10% do sistema prisional, que tem 158 estabelecimentos.

O insucesso levou os líderes da greve a fazer piquetes para dificultar a entrada de advogados e oficiais de Justiça nos presídios, tentar impedir a transferência de presos e interceptar comboios entre o interior e a capital. “Continuaremos só mantendo as atividades essenciais de atendimento de saúde, alimentação e banho de sol dos presos”, diz Ismael dos Santos, diretor de comunicação do sindicato da categoria. Os líderes dos estabelecimentos penais em greve também anunciaram que impedirão os presos de trabalhar e as visitas de seus familiares no próximo fim de semana. Pela Lei de Execuções Penais, o preso tem direito a descontar um dia da pena a cada três dias de trabalho.

O protesto de parte dos agentes penitenciários paulistas é irresponsável, uma vez que ameaça a ordem pública. A interrupção no transporte de presos para audiências obstrui o funcionamento das varas de execuções penais, comprometendo o cronograma de audiências da Justiça. E a frustração dos presos, por não poderem trabalhar nem receber visitas íntimas, pode acarretar uma onda de motins e rebeliões.

Problemas como esse poderiam ser evitados se o Congresso já tivesse aprovado uma lei regulamentando o exercício do direito de greve dos servidores públicos. Esse direito foi inscrito na Constituição, mas até hoje, mais de 25 anos depois de sua entrada em vigor, nem o Legislativo nem o Executivo tiveram coragem de enfrentar as pressões das diferentes corporações do funcionalismo.

Alguns projetos de regulamentação chegaram a ser apresentados, mas todos acabaram engavetados. Proposto pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o último projeto prevê que, nos serviços essenciais, 60% dos servidores devam continuar trabalhando durante uma greve. O projeto também obriga o funcionalismo a avisar, com 15 dias de antecedência, a realização de greves. Alegando que essas medidas restringem o direito de greve dos servidores, as centrais sindicais se mobilizaram para impedir sua tramitação. É isso que explica a irresponsabilidade de várias categorias do funcionalismo, como a dos agentes penitenciários. Uma vez que não são punidos, por falta de uma lei complementar, eles se acham no direito de afrontar as instituições.

This article has 5 Comments

  1. BOM DIA, PEDE PRO CORNO QUE ESCREVEU ESTA MERDA TODA IR ATE UM PRESIDIO E FAZER O TRAMPO NO LUGAR DE QUEM FAZ ,E SENTIR SEU TOTAL DESRESPEITO AOS DIREITOS DO FUNCIONARIO QUE ESTA LA RECEBENDO A MICHARIA QUE GANHA , O GOVERNO DO ESTADO SO DA A TOTAL ATENÇÃO AO SISTEMA PENITENCIARIO QUANDO A BOMBA JA EXPLODIU ESPERO DE CORAÇÃO QUE ISSO NAO ACONTEÇA MAIS SE TIVER QUE SER ASSIM QUE SEJA.

  2. Jornal da elite de São Paulo,com certeza é ele qm faz as pesquizas eleitorais sempre favorável ao governador…com certeza qm escreveu esse texto deve ser mto amigo do governador de sp,gostaria de convidar vc q escreveu esse texto para passar somente 1 dia dentro de um dos 158 presidios de sp,presidios que tem capacidade para 780 detentos,mais contam com 1800 detentos cada um,ou seja mais de 1000 detentos da capacidade de um presidio,então antes de criticar os Agentes Penitenciários,cria vergonha nessa sua cara eh veja que os presidios de sp são bombas prontas para explodir.

  3. Este jornalista com esta reportagem mostra sua total incapacidade de enxergar a verdadeira realidade, nós por sermos funcionários públicos não estamos acima da lei, mas também temos os nossos direitos, e temos que ser respeitados. Pois não ficamos com a bunda sentada em cadeira bem confortável, em uma sala com ar condicionado, escrevendo matérias que não condiz com a realidade. Somos trabalhadores como todos, e estamos sendo muito prejudicados com o governo atual.

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