Quase 900 presos não retornam de saída temporária de Páscoa em São Paulo

CADEIA LIMPA

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo) informou nesta quinta-feira (24) que quase mil presos beneficiados com a saída temporária de Páscoa ainda não retornaram aos presídios.

Dos 20.055 presos que tiveram autorização judicial para a saída temporária, 896 não voltaram, o que representa 4,47% do total. De acordo com a SAP, o percentual de evasão da saída de Páscoa é o menor desde 2006.

O benefício é concedido por um juiz de execução aos presos em regime semiaberto com bom comportamento. A saída não pode ser maior do que sete dias e ocorre cinco vezes ao ano (Natal/Ano Novo, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças/Finados).

Neste ano, no Estado de São Paulo, as saídas temporárias foram fracionadas: o início foi no dia 13 de março e o final no dia 18 de abril.

Os presos que não retornam às prisões passam a ser considerados evadidos e tem o benefício do regime semiaberto revogado pela Justiça. Assim que recapturados, serão incluídos em unidades penais de regime fechado.

Mensaleiros no DF

No Distrito Federal, dos 1.350 presos beneficiados com a saída temporária, apenas 17 não retornaram (1,3%), segundo informou a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal).

Entre os que retornaram na data prevista estão o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), os únicos condenados pelo mensalão que tiveram direito ao benefício. Ambos cumprem pena no Centro de Progressão Penitenciária do Distrito Federal.

Apesar de ter sido condenado em regime semiaberto, o ex-ministro José Dirceu não teve direito ao benefício  porque ainda não teve autorização para trabalho externo nem para saída temporária. A Justiça começou a analisar o seu pedido, mas interrompeu o processo até que seja apurada a suspeita de que teria usado um celular dentro do presídio.