Há exatos 17 anos atrás o Governo do Estado de São Paulo surpreendia a todos os que norteiam o mundo das execuções penais e da segurança pública com a criação de um cargo de nome extenso, sigla quase impronunciável mas que mudaria a história, filosofia e a imagem de um sistema prisional por hora inseguro, frágil e muito criticado.
Em 13 de Julho de 2001 foi criado a carreira dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária do Estado de São Paulo (AEVPs), mirando uma nova filosofia sobre o aprisionamento onde a principal coluna de sustentação estava na crença do princípio de que as mãos que prendiam não podiam ser a mesmas que disciplinavam a penitencia. Ali se inicia um processo e o mais bem sucedido de toda América Latina de desmilitarização.
Com isso vozes surgiram como:
_ Será que vai dar certo?
_ Se a Policia Militar não está dando conta, quem dirá esses meninos!
_ Nunca pegaram em armas e querem combater o crime?
_ Foram criados pra dar errado.
Mas a cada palavra de descredito, eram como se aqueles 4000 homens nomeados no ano seguinte fossem confrontados, e quanto mais se contestava mais aqueles homens se união em um propósito, o de provar que eram capazes.
Anos depois o grande teste, uma onde de rebeliões simultâneas orquestrada por uma facção criminosa era contida nos presídios, dezenas de penitenciárias em chamas, nenhum preso fugiu. A revolta dos presos tomaram as ruas de terror por seus asseclas, foi quando em Presidente Venceslau criou-se um Grupo de Ação Regional (GAR) composto em sua totalidade por esses AEVPs para então manter a ordem e a disciplina na unidade prisional do estado onde se encontravam as lideranças de toda essa balburdia que acontecia fora das grades, e mais uma vez a ordem foi estabelecida.
Mais de uma década se passou e agora aqueles antes contestados começam a ter credibilidade e um novo desafio é lançado, a escolta dentro da maior metrópole latina americana, 800 homens são destacados para assumirem 120 viaturas da noite para o dia, às pressas, com pouco planejamento, sem nenhum estrutura e precário treinamento, entregam-lhes pautas com nomes de presos e endereços de destino e dizem a essa tropa: Escoltem, custodiem! E eles mais uma vez se superaram.
Sem efetivo, sem radio comunicador, sem alimentação adequada, sabendo a hora de sair mas sem saber a hora de chegar e se realmente chegariam, entregavam os presos, custodiavam e o índice de fuga em zero.
Os antes desacreditados, agora são vistos pelas ruas da Capital, em suas viaturas azuis, seus uniformes imponentes verdes como a esperança de que se valorizarmos a força de nossa história um dia poderemos chegar muito mais longe.
Há 17 anos a determinação, a superação e a união venceu o medo e calou a descrença.
Ainda que ao longo do caminho alguns nomes deixaram essa tropa para servir em tropas celestiais em alguns casos pagaram com a própria vida o alto preço por usar um uniforme em que a bandeira do estado está costurada no ombro mas a responsabilidade em proteger uma sociedade toda está sobre as costas.
Somos dos AEVPs, lutamos por AEVPs e temos orgulho em sermos AEVPs.
Parabéns a todo AEVP, aos que são, aos que acabaram de chegar e aos que ainda serão, pelo seu dia, que Deus nos proteja e que o amor a nossas famílias sejam o principio de toda nossa inspiração para acordar e continuar lutando, mesmo que tudo seja contrário.
Porque dentro de cada uniforme deste existe um ser humano, pai de família, filho honrado, marido que deixa sua casa para proteger àqueles que nem conhece.
#AEVP #ForçaeHonra
A diretoria do Sindespe.