FATO ISOLADO? OU ISOLANDO OS FATOS?
Após ataques e mortes, PM deixa corporação em alerta e faz bloqueios relâmpagos em SP
As intervenções com duração de 15 a 20 minutos são uma resposta ao assassinato de PMs
Desde a última sexta-feira (22), a Polícia Militar passou a realizar bloqueios relâmpagos em vários pontos do estado. As intervenções, que têm duração média de 15 a 20 minutos, são uma resposta aos últimos ataques a policiais e a bases da corporação e não têm prazo para terminar.
Só neste ano, 39 PMs foram assassinados, a maioria em horário de folga. O último caso foi registrado na manhã deste sábado (23), quando um cabo foi morto após ser baleado na cabeça durante uma emboscada. O crime aconteceu em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, cada comandante tem autonomia para definir onde serão realizados os bloqueios. A ação é mais uma estratégia de reforço no policiamento, que, nos últimos dias, passou a contar com mais 1.500 homens espalhados pela capital e Grande São Paulo. Cerca de 100 mil militares foram colocados em estado de alerta. De quarta-feira (20) até sábado (23), quatro policiais foram mortos.
Ataques na sexta-feira
Durante a sexta-feira (22), ataques foram registrados em diferentes pontos do estado. Por volta das 23h45, três criminosos incendiaram um ônibus na avenida Lico Maia, 100, em Conceição, Diadema, na Grande São Paulo. Cerca de 20 minutos depois, na mesma cidade, bandidos atearam fogo em um carro roubado, na avenida dos Signos, 569, Jardim Taboão, e o empurraram na rua. O veículo só parou ao bater em um poste. A base da PM fica a 300 metros do local.
Já na zona norte da capital, um policial militar reagiu a uma tentativa de assalto às 22h30 na rua Piedade Duarte de Oliveira, 168, Vila Maria, na zona norte e feriu um suspeito durante uma troca de tiros. De acordo com a polícia, o agente estava de folga e os assaltantes tentaram levar o carro do militar enquanto ele estacionava próximo de sua casa.
Em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, três homens foram mortos a tiros e um ficou ferido na rua Agostinho de Paiva, no Jardim Macedônia, por volta das 22h40. De acordo com a polícia, eles foram levados a hospitais da região. Três não resistiram aos ferimentos e outro continuava internado na manhã deste sábado.
Na noite de quarta-feira (20), uma base na zona leste, em São Mateus, foi atingida por disparos. Nenhum dos policiais de plantão foi ferido. Na mesma noite, porém, dois PMs foram assassinados, um em Aricanduva, quando foi emboscado por seis homens numa academia, e outro em Pirituba.
Na tarde de sexta-feira, uma viatura do 10º Distrito Policial foi alvejada na avenida Dr. Assis Ribeiro com a avenida Cangaíba, região da Penha, zona leste da capital. A ocorrência foi registrada por volta das 16h40. Um pouco mais cedo, criminosos atiraram contra a casa de um policial militar que estava de folga, na zona oeste de São Paulo.
Durante a madrugada, o policial militar Osmar Santos Ferreira foi morto no bairro do Grajaú, zona sul da capital paulista. Segundo informações do 50º Batalhão, da Vila São José, por volta das 5h, ele estava a caminho do trabalho, em uma moto, quando foi fechado por um automóvel, na avenida Prefeito Paulo Lauro.
Outras mortes
Outro policial militar foi morto dentro de um supermercado, no bairro do Capão Redondo, zona sul da capital paulista. Por volta das 20h30 de quinta-feira (21), o PM Paulo César Lopes Carvalho, de 40 anos, fazia compras no supermercado Cercadão, na rua Henrique Sam Mindlin, quando três bandidos o atacaram. Mesmo baleado, o policial conseguiu atirar em um dos suspeitos, que também morreu.
Na noite de quarta-feira (20), uma base na zona leste, em São Mateus, foi atingida por disparos. Nenhum dos policiais de plantão foi ferido. Na mesma noite, porém, dois militares foram assassinados, um em Aricanduva, e outro, em Pirituba.