Vivemos tempos difíceis como dito antes em um dos editoriais do nosso site. Dias em que por conta da luz sobre os corruptos e corruptores a classe servidora vem sofrendo um duro golpe em sua imagem social.
Havia um tempo não tão longínquo em que tornar-se servidor público era uma conquista de honra, as pessoas que ingressavam essas carreiras eram vistas como pessoas distintas, responsáveis, de sabedoria destacável e claro socialmente eram reverenciadas não pela autoridade que o cargo investia mas pelo mérito de representar os cuidados ao povo.
Havia, pois o jato da lava jata foi tão forte que expeliu não só a sujeira que se entranhava ao serviço público, mas também vem com seus respingos manchando de forma generalista aqueles que outrora eram sinônimo de honra, caráter e doação.
Hoje a sociedade vê o servidor como aquela pessoa que conseguiu por mérito ou apadrinhamento uma vaga na vasta e generosa mama do Estado, que usa do cargo não para servir o povo, mas para servir-se de benefícios, privilégios, status, autoritarismo e estabilidades nesse berço esplendido, sustentados pela iniciativa trabalhadora privada que os amamenta do leite dos impostos, onde tudo culmina em carreiras estáveis, salários atrativos e pouco comprometimento com o atendimento ao público.
Os valores inverteram e há uma distorção de visões. Como citei acima, uma minoria manchada pela corrupção, danosa ao serviço público se apropriou sim dessa visão de oportunismo e conchavos enriquecedores, porém o julgamento generalista coloca na mesma vala a professora da pequena escola, o policial do bairro, o bombeiro que salva vidas, o agente que não permite a fuga do preso, a atendente daquele determinado órgão público, pessoas essas cuja renda média não atinge três salários, endividadas para poder quitar suas contas e contribuir em dia com seus impostos pessoas comuns.
Por isso cada vez mais acredito que a valorização é uma semente que tem que germinar primeiramente dentro de nós para que depois possa gerar frutos e assim as sementes desses frutos se espalhem pela sociedade como um todo. E assim possamos resgatar o prestígio, respeito e dignidade que tínhamos quando ainda éramos vistos pela sociedade como referências pessoais no servir e no trato à população.
Se aceitarmos essa ideia de desnecessidade de nossos serviços, de menorização das nossas capacidades, de inferiorização de nosso esforço e dedicação para com o povo, seremos dizimados e os apoiadores da privatização de tudo que é estatal terão sua glória e seus lucros, apagando a história de luta, estudos, dedicação e força de vontade em sermos servidores do povo.
Para ajudar a enriquecer essa ideia de valorização o SINDESPE promoverá em seu site editoriais, onde narraremos fatos onde servidores públicos por amar o que são e o que fazem transpuseram os limites do trabalho e viveram histórias especiais relacionados a esse amor a carreira.
Envie sua história para sindespe@sindespe.org.br com o tema SINDESPE – Eu amo o que faço e iremos publicar para que inspire outros a não desistirem de sonhar e lutar com a valorização do servidorismo público.