ESCRITA PELO AEVP Carlos Gil Siqueira Campos
Carta aberta aos colegas de trabalho e à Pastoral Carcerária “Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas!”
Impressionou-me a pertinência da frase de Victor Hugo incluída num contexto rico, explicitando com sabedoria, uma realidade: A realidade de toda uma classe trabalhadora. Classe essa, que além de lutar contra as limitações impostas pelo sistema, ainda tem de lutar contra a insensatez de quem deveria ter como missão defender homens de bem, para que esse nosso mundo fosse um pouco melhor. Ter misericórdia do seu semelhante é uma coisa, mas denegrir a imagem de pais e mães de família trabalhadores, em detrimento daqueles que cometem crimes de toda sorte, associados ou não a facções criminosas ou outras organizações criminosas, aí já se torna indecente.
Cristo, ao chegar ao templo e ver um comercio montado, chicoteou e expulsou a todos, assim como quando viu o arrependimento de uma adultera, desafiou a hipocrisia social e a perdoou de seus pecados. Mas Ele a perdoou e disse: “Vá e não peque mais!”.
Enquanto homens e mulheres são mortos sem direito de defesa, vem alguém se dizendo representante de Cristo e de Sua vontade, para defender a quem nos mata, vestindo-os de cordeiros e nos vestindo de lobos.
O porte legal de arma, é uma gota de oxigênio para uma classe de seres humanos trabalhadores da área da segurança pública sufocada pelo terror a que são expostos no seu dia a dia, não só dentro de suas unidades de trabalho, mas no seio de sua família e no sacrossanto refugio de seu lar, enquanto conquista, é só um grão de areia na beira da praia. Enquanto criminosos, ainda que dentro das instituições carcerárias, são ajudados a cometer mais delitos por aqueles que “deveriam” dissuadi-los do erro.
Repudio veementemente a campanha encabeçada pela pastoral carcerária, numa ação que toma contra quem ela deveria defender e apoiar, pois funcionários bem equipados, vivos e satisfeitos, iriam atender, “ainda melhor”, àqueles que estão sob seus cuidados. O desconhecimento de causa que se torna flagrante no texto redigido e assinado por aquela infeliz instituição é assombroso e a falta de decência é vil!
Estes que tomaram esta postura contra a decência e contra o trabalhador deveriam se envergonhar de se dizerem servos de Deus, pois não o parecem, pelo menos o Deus de Isaque e Jacó, o mesmo Deus que libertou os Israelitas das mãos criminosas dos egípcios e os matou a todos, tragando-os sob as aguas. Do mesmo deus que ordenou aos seus discípulos que pregassem o evangelho para toda a criatura e aquela porta em que batessem e se abrisse, ali ceariam e abençoariam, porém a que não se abrisse, deveriam sacudir a poeira de suas alparcas, dar as costas e seguir em frente. E ainda mais, que seus pertences fossem apenas suas simples vestes e nada mais e não toda essa pomposidade ostentada por esses que se dizem representantes de Cristo. “Diga-me onde está o teu coração que eu te direi onde está o teu Deus!” Assim diz a palavra do Senhor Deus, o Verdadeiro e Único! O arrependimento é para todos, mas quem não se arrepende será condenado. Esse comportamento apostata que se mostra nesses “religiosos” um dia será cobrado, pois o sangue dos inocentes já sujou as suas vestes e essa mancha aparecerá no último dia!
“Quem pode entrar num chiqueiro e manter-se limpo?”
Quero parabenizar ao meu colega, Roberto Wagner dos Santos Junior, ASP em São Paulo, pela sua destreza, sua sensibilidade, seu conhecimento e sua coragem.
Este que humilde e respeitosamente, deu uma tremenda lição em quem vem se meter onde não deve.
Atenciosamente,
Carlos Gil Siqueira Campos
AEVP, Agente de Escolta e Vigilância Penitenciaria do estado de são Paulo, com muito orgulho. Formado em comunicação social, com habilitação para publicidade e propaganda, pela Faculdade Barão de Mauá, em Ribeirão Preto. Profissional da área de segurança privada, com várias habilitações, há 22 anos. Vários cursos de formação dirigidos à segurança pública, realizados pelo ministério da justiça.
Só com pensamento com este que conseguiremos o que é direito
é claro,colegas que infelizmente estamos nas mãos dessa corjas que se dizem defensores dos oprimidos,oprimidos esses que oprimiram,mataram,tiraram,o direito humano de um outro ser,que para eles eles são inimigos.Sim,são inimigos porque trabalham para para a ‘Lei’.Trabalham,lutam,e morrem porque são homens honestos,honrados,são pais de família,esposos,filhos,irmãos,que sonham com a justiça.Enquanto isso quem deveria realmente,manter pelos menos a segurança,as condições desses profissionais terem um pouco de liberdade para poder viver sossegado não está nem aí.Pois para eles e para a sociedade quem menos presta é o cidadão de que trabalha na área de segurança,seja pública ou particular.Temos um meio de comunicação controlado,que não dá a mínima para nós.Acredito que nem divulgação de um ou mais um profissional da segurança assassinado friamente,injustamente eles divulgam.Assim como esses mentirosos religiosos que pregam que esses bandidos tem recuperação.Aqui fica os meus sentimentos puros e tristes.Porquê sei que mais colegas cairão e nem serão por essas pessoas notadas
Lendo essa carta escrita pelo nosso companheiro que “DEUS o tenha”, chego a convicção ou pelo menos imagino que esse conteúdo caiu em mãos contrárias a essa pura verdade falada pelo nosso A.E.V.P Carlos Gil. Deveria ser investigado bem, pois parece represália…
SINDESPE QUAL O POSICIONAMENTO DA SAP SOBRE A CAUTELA DE ARMAS E COLETES !!!
Obrigado !!!
Caro Alex!
Estamos indignados e revoltados tanto quanto você. Algo tão simples, tão fácil, tão humano conseguiram desgastar.
Tinhamos uma reunião agora dia 4 pra tratar o assunto, o Secretário desmarcou.
Então hoje enviamos uma matéria pra band as 15:30 no Ta na Tela, e amanhã jornal da Band, e depois Datena e assim vai, pode até engavetar o projeto, mas que todos saibam quem são os colaboradores da insegurança dos homens da segurança.
Fiquei entristecido com a morte do colega Gil. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas recebi uma mensagem sua na ocasião em que redigi a carta mencionada por ele na presente publicação.
Na oportunidade, o agradeci pelos gentis comentários.
Agora, de forma póstuma, eu que quero parabenizá-lo e agradecer por ter tido a oportunidade de tê-lo, ainda que distante, como companheiro de serviço.
Vá na paz, nobre colega. À família, os meus sinceros sentimentos de condolência pela morte do companheiro Carlos Gil.
Roberto
Me sinto com um alvo em minhas costas