CPP de Hortolândia recebe detentos de unidade rebelada em Bauru, SP

Detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP 3) de Bauru (SP), que na terça-feira (24) foi palco de uma rebelião, foram transferidos na madrugada desta quarta-feira (30) para o Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia.

Funcionários da unidade prisional em Hortolândia (SP) confirmaram ao G1 a movimentação na madrugada, mas não souberam detalhar o número de transferidos. “Foram pelo menos oito caminhões com detentos que chegaram ao CPP (Centro de Progressão Penitenciária)”, disse um agente, que preferiu não se identificar.

Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que não se manifesta sobre a transferência de presos por questões de segurança. Durante a rebelião de terça-feira (24) em Bauru, 152 detentos fugiram. De acordo com a SAP, 109 foram recuperados até às 11h30 desta quarta-feira.

Em nota, o órgão destacou que com a rebelião ocorrida em Bauru “está previsto a remoção de presos para outras unidades de regime semiaberto, mediante a necessidade de adequação da população, visto que diante dos atos de subversão à ordem e segurança, parte dos alojamentos deverão ser desativados”.

A SAP complementa informando que o restante da população do CPP de Bauru será abrigada nos alojamentos que não sofreram avarias ou que foram pouco danificados. “Todos os presos envolvidos no episódio e os apreendidos regredirão ao regime fechado”, diz a nota.

Preocupação
No começo deste mês, o Sindicado dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária de São Paulo (Sindespe) enviou um comunicado à SAP solicitando medidas de segurança para evitar que a crise prisional deflagrada com a guerra de facções se instaure nos presídios paulistas.

Antonio Pereira Ramos, presidente do Sindespe, revelou que o clima de tensão que já existia no Complexo Campinas-Hortolândia piorou na madrugada. “A transferência deixou ainda pior uma situação ruim que existe nessas unidades, que estão superlotadas.”

Um agente do complexo disse ao G1 que a superlotação preocupa funcionários. “Você não sabe quando tudo isso pode estourar”, destacou.